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quarta-feira, 6 de março de 2013

DE TIRANO A SANTO


Não foi de surpreender a notícia da morte do até então presidente da Venezuela Hugo Chávez. Este que "liderou" a Venezuela nos últimos anos e praticamente a "fechou" (assim como Cuba) para o Ocidente.
Sempre muito firme, com cara de brabo, autoritário e uma "metralhadora" verbal (sempre falava muito), Governou a Venezuela com mãos firmes e punhos cerrados, como ocorre nas tiranias.
O povo venezuelano passou meses a fio sem ter uma única informação minimamente confiável e verossímil sobre a saúde do coronel Hugo Chávez, sendo desrespeitado no direito fundamental de inteirar-se do que se passa com quem o governa.

Com a morte de Chávez, qualquer previsão sobre o que ocorrerá na Venezuela transformaria uma pessoa em adivinho.
O chavismo, há 14 longos anos no poder, alterou a seu bel-prazer todas as instituições da Venezuela e transformou o grande país latino-americano, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, num feudo para experiências exóticas e autoritárias, enfeixadas num delírio a que se denominou “bolivarianismo”, e que influenciou — inclusive com dinheiro — o surgimento de alter-egos do coronel em países como o Equador e a Bolívia.
Mais do que tudo, edificou-se sobre um único pilar: Chávez, com suas idiossincrasias, sua demagogia, sua hostilidade ao Ocidente, seu afã de calar a oposição e a imprensa livre. Ele queria ser, e foi, adorado como um deus por muitos, e adulado e bajulado por grande número de políticos e dirigentes que, numa democracia real, seriam apenas seguidores (será uma indireta?).

Como será a Venezuela sem Chávez é uma grande interrogação — com um leque de possibilidades que vai do caos à restauração de uma democracia de verdade, passando pela óbvia tentativa de herdeiros de continuarem encastelados no Palácio Miraflores.
O grande teste para ver se os chavistas no poder estão minimamente dispostos a praticar a democracia (acho difícil, mas só esperando para ver) será a eleição presidencial que deverá realizar-se dentro de 30 dias. Segundo o artigo 233 da Constituição da República Bolivariana de Venezuela, a “falta absoluta” do presidente nos primeiros 4 dos 6 anos de mandato obriga à realização de novas eleições.
Aos mortos deve-se respeito. Aos líderes políticos é necessário dar o tratamento crítico adequado, mesmo em momentos como este.
A morte de Chávez causa enorme dor à sua família, a seus amigos e a milhões de venezuelanos — mas ele não fará falta a seu país nem ao cenário conturbado da América Latina. “Já que como bem feitor, era um ótimo ditador”.
Creio que agora a Venezuela vê em sua frente um caminho aberto para o crescimento junto ao mercado exterior, sendo mais expressiva e importante para o mercado sulamericano e mundial. Mas para isso sua população terá que fazer por onde em suas eleições. 

FONTES:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias
http://veja.abril.com.br
http://www.correiodopovo.com.br
http://www.correiobraziliense.com.br


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